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domingo, outubro 29, 2006

Loucura total!





Este é o jogo que todos os adeptos e ultras portistas anseiam. É o jogo mais intenso, mais dramático e mais importante do campeonato. É o jogo contra os nossos maiores rivais, o jogo que mais custa perder e o que dá mais prazer ganhar. Os jogos entre Porto e benfica começam sempre a ser jogados bem antes do dia do jogo e este não foi excepção. Os dirigentes dos dois clubes foram-se atacando na praça pública durante a semana que antecedeu a partida e assistimos a uma nova rábula com os bilhetes. Desta vez, foram os dirigentes do slb que se esqueceram de pedir os bilhetes a que tinham direito, dentro do prazo definido pelos regulamentos. Ainda pediram compreensão pela incompetência dos seus funcionários, mas os dirigentes portistas não acederam aos seus pedidos. Era a única coisa que podiam fazer, pois, apesar de lamentarmos a ausência dos nossos adversários, não esquecemos o que aconteceu há dois anos, quando a SAD benfiquista não cedeu nenhum bilhete aos adeptos azuis e brancos, ao considerar que o pedido de bilhetes, que foi feito via telefone, não era válido, apesar dos regulamentos da Liga não especificarem que os pedidos tinham de ser feitos por escrito.







O dia do jogo começou cedo, muito cedo para os ultras do GMU. Ainda não eram nove horas da manhã e já mais de 20 GMU’s trabalhavam na coreografia dessa noite, em conjuntos com outros tantos elementos dos SD. Foi uma manhã de muito trabalho, a colocar milhares de cartolinas nos respectivos lugares, mas foi também uma manhã divertida, animada e bem passada. Como já temos algum “calo” nestas coisas, tudo ficou pronto por volta da hora de almoço e enquanto uns foram para casa, outros foram para o shopping mais perto matar a fome e a sede que já apertavam e aí ficamos até faltarem cerca de duas horas para o início do encontro. A partir dessa altura fomos entrando no estádio, fosse com lugar anual, com bilhete ou pela “porta do cavalo”.






Cedo se percebeu que o sector GMU ia ser pequeno para albergar toda a gente. De facto, neste jogo, o grupo teve uma presença fantástica, não faltou ninguém. Até à hora do jogo foi tempo para convívio e antevisão da partida que se aproximava. O estádio ia enchendo de portistas, sobrando apenas um pequeno triângulo que presumivelmente estaria reservado para os lampiões que tivessem conseguido arranjar bilhete.

As equipas entram para o aquecimento e o ambiente começa também a aquecer, com os apupos do costume para os vermelhos e a ovação não menos habitual para os jogadores que defendiam as nossas cores. O nervosismo começava a aumentar e já havia aquela atmosfera especial dos grandes jogos. O tempo passava devagar e já ninguém conseguia tirar os olhos do relógio. Os jogadores regressam para o balneário e aparecem os primeiros cânticos de apoio ao grande Porto.

Pouco depois as equipas saem do túnel e surge a coreografia preparada para este jogo. 50 mil cartolinas no estádio todo formam um oceano azul e branco. Na superior sul formou-se o já famoso 12, símbolo do 12º jogador, aquele que está sempre convocado e é intransferível; na parte inferior da bancada nascente lia-se FC PORTO, enquanto na parte superior via-se o ano de fundação do nosso clube, 1893; no resto do estádio listas verticais de azul e branco coloriam a casa do Dragão. Nada de original, nada de inovador, mas sempre espectacular e bonito de se ver. A acompanhar a coreografia, todo o estádio cantava alto e bom som, concedendo ao clássico um ambiente fantástico.







É dado o pontapé de saída e o Porto parece galvanizado pelo excelente apoio prestado pelos seus ultras. Tanto dentro como fora das quatro linhas o início é avassalador por parte dos portistas. A curva sul cantava com um poder não visto há muito tempo, enquanto a equipa portista entrava a todo o gás, procurando marcar a partir do primeiro minuto. O golo aparece aos doze minutos, com alguma sorte, mas inteiramente merecido e é a primeira explosão de alegria da noite. A euforia invade o Dragão e o ambiente continua fabuloso. Pouco depois o ambiente fica ainda mais ao rubro com a entrada dos poucos lampiões que conseguiram bilhete e que chegaram mesmo a tempo de assistirem ao nosso segundo golo. E que golo! Ricardo Quaresma deixa Nelson à nora e fabrica um grande momento de futebol. O estádio delira e mais uma vez Vítor Baia é lembrado, provando (se mais provas fossem necessárias) a sua influência e importância no balneário como último símbolo da mística do clube. Pouco depois, o primeiro revés do jogo: a lesão de Anderson após uma entrada de Katsouranis, que está há pouco tempo no nosso país, mas pelos vistos já aprendeu alguma coisa com Petit. A partir daí, o Porto perdeu o controlo do jogo e foi Hélton que nos permitiu ir para o intervalo a vencer por 2-0. Foi uma primeira parte que nos deu dois golos e onde os ultras portistas estiveram em excelente nível, com uma prestação vocal como há muito não se via em jogos realizados em casa.






A segunda parte começou como acabou a primeira: com o Porto retraído, cedendo o domínio da partida ao adversário. Também os adeptos perderam fulgor, depois do da primeira parte, apesar de nunca se ter parado completamente de cantar. O GMU bem se esforçava e de vez em quando lá havia bons momentos de apoio, intercalados por períodos de alguma apatia.

Surge o primeiro golo dos lampiões, quando havia ainda meia hora para se jogar. Apesar de preocupados, continuámos a tentar empurrar a equipa para a frente, mas esta parecia receosa. As substituições operadas pelo treinador portista pareciam não ajudar e já perto do fim surgiu o empate e um grande balde de água fria no recinto do campeão nacional. Viviam-se momentos de incredulidade e desespero no reino do Dragão, pois um jogo que parecia decidido com vinte minutos jogados, estava agora empatado a pouco tempo do final.

Quando o 4º árbitro levantou a placa que indicava três minutos de compensação, já muitos sócios portistas abandonavam o estádio e já poucos acreditavam na vitória. É então que há um lançamento lateral perto da área benfiquista e, num acto de desespero, a bandeira da sorte do GMU, que já nos deu um campeonato, é colocada em “posição de ataque”. Fucile lança a bola para dentro da área e, depois de muita confusão, vemos a rede abanar e o esférico dentro da baliza adversária... O estádio veio abaixo! É difícil explicar ou descrever a euforia que se seguiu, mas foi como se uma bomba explodisse! Os jogadores festejam junto a nós e o jogo termina logo a seguir. Nós ficamos dentro do estádio largos minutos a festejar em comunhão com os jogadores que conseguiram uma suada vitória, com muita sorte à mistura. Mas assim até sabe melhor e o que interessa são os três pontos e mais uma épica vitória que vai ficar eternamente na história como uma das mais complicadas de sempre.






Só muito tempo após o apito final do árbitro é que abandonamos o estádio, depois de muitos festejos e dum clímax fantástico, a lembrar Manchester e Sevilha. Fomos então celebrar para o sítio do costume, para terminar em beleza um dia longo, muito cansativo, mas com um final feliz e que compensou todo o nosso esforço. Porque o nosso amor é eterno e a nossa fé é infinita!

Um clássico morno

Chegou o primeiro de dois clássicos consecutivos. O campeonato começou a aquecer com a visita dos Dragões à casa do sportem, o WC XXI. Para este jogo o GMU viajou de diferentes meios. Fosse de carro, de camioneta ou de comboio, todos os caminhos iam dar a Alvalade. A viagem foi complicada, devido ao temporal que se abateu sobre Portugal no fim-de-semana do jogo. Apesar disso, todos chegamos bastante cedo a Lisboa e deu para passearmos à vontade nos arredores do estádio e para irmos lanchar ao Mac mais próximo, enquanto esperávamos pelo resto do pessoal.

O cortejo para o recinto dos lagartos foi rápido e sem problemas. Fomos dos primeiros a entrar e arranjámos um bom lugar para ficarmos. Tal como no ano passado, pusemos um estandarte a fazer a vez da faixa, que tinha ficado no Porto, porque alguém (não podemos dizer o nome da pessoa, senão move-nos um processo) se esqueceu de a trazer. Todos juntos, esperámos então pelo início do encontro, enquanto o pequeno sector reservado aos adeptos visitantes ia enchendo praticamente só com ultras. Apenas cerca de um milhar de aficionados portistas estiveram presentes em Alvalade. É o resultado do preço dos bilhetes e do horário desadequado para quem trabalha ou estuda no dia seguinte. A sobrecarga de jogos também se nota nos adeptos e o dinheiro não chega para tudo. Mesmo assim, o GMU marcou uma excelente presença, ainda melhor que a do ano passado, que nos valeu o campeonato.

O FC Porto entrou em campo com uma equipa mais defensiva, como já é habitual com este treinador. Jesualdo Ferreira optou por deixar o herói do ano passado, Jorginho, no banco, entrando Paulo Assunção para o lugar do lesionado Anderson. A equipa nem entrou mal, com Quaresma a perder uma boa oportunidade para nos colocar em vantagem, rematando rente ao poste da baliza de labrecas.

Na curva íamos estando em grande nível, apesar de não estarmos no número que é habitual nestes jogos, mas esse facto até terá contribuído para um melhor apoio vocal, separando o trigo do joio. Já perto do intervalo, sofremos um golo, num de muitos erros defensivos, apesar de, em relação à época passada, jogarmos com mais um central e mais um trinco. Assim, fomos para o descanso em desvantagem no marcador.

Dos balneários veio a equipa que deveria ter começado o jogo, entrando Jorginho para o lugar do Paulo Assunção e logo o conjunto tripeiro demonstrou maior produtividade. A equipa atacava para o nosso lado, o que normalmente é uma motivação extra para quem apoia. Devido ou não a estes factos o que é certo é que o golo do empate surgiu logo nos primeiros minutos da segunda parte, por Quaresma, no seguimento de uma confusão na grande área dos lagartos após um canto. Foi a festa total dos adeptos portistas que animaram ainda mais e partiram para momentos de grande fulgor, calando os lagartos, que já se vão habituando a falhar nos momentos importantes.

Infelizmente, dentro de campo, a equipa azul e branca “encolheu-se” depois de ter conseguido o empate, demonstrando, talvez, alguma falta de ambição e/ou coragem do treinador. Felizmente a sorte esteve do nosso lado, não permitindo que o sportem materializasse algumas das boas oportunidades de que dispôs. Só nos últimos minutos a equipa portista deu um ar da sua graça, provando que se tivesse sido mais ambiciosa, poderia ter conseguido os três pontos em disputa. Foi também com o aproximar do fim da partida que a curva campeã nacional se galvanizou e teve alguns dos melhores de todo o jogo.

O jogo terminou empatado a um golo, o que não satisfez nenhum dos lados, mas que é um resultado que não compromete a nossa corrida rumo à revalidação do título de campeão nacional. Depois do habitual período de espera dentro do estádio, que serviu para nos rirmos com cânticos sobre canais televisivos, abandonamos o recinto e voltámos para o parque onde tínhamos os carros e as camionetas. Foi então, altura de voltarmos à muy Nobre, Leal e sempre Invicta cidade do Porto, onde nos esperava uma muito merecida noite de descanso, depois de mais um dia inteiramente dedicado ao nosso grande amor, o Futebol Clube do Porto.

Nota: Infelizmente, não temos fotos deste jogo, mas fica desde já prometido um especialíssimo sobre o Porto-lamps muito, muito brevemente.

sábado, outubro 21, 2006

Esperança renovada

As duas primeiras jornadas da Liga dos Campeões foram madrastas para nós e depois de termos defrontado o CSKA no Dragão e o Arsenal em Londres, tínhamos conquistado apenas um ponto. Assim, o jogo em casa contra o Hamburgo era totalmente decisivo para as nossas aspirações nesta prova e só a vitória interessava.

Na tarde do jogo não parou de chover, o que nos levou a recordar as mágicas noites europeias no antigo estádio das Antas, onde, geralmente, chuva era sinónimo de vitória. Quando faltava cerca de meia hora para o início da partida, o GMU foi-se juntando, desta vez já no sector habitual e aproveitámos para distribuir entre nós os cachecóis do GMU, que já começaram a fazer sucesso. E foi com os nossos cachecóis bem abertos que recebemos a equipa, ao som do hino da Liga milionária.

Neste jogo, o sector ultra da curva sul já se encontrou mais preenchido, mas ainda longe dos números habituais nos jogos mais importantes, como os jogos europeus. Provavelmente devido ao temporal, “apenas” 31 mil pessoas assistiram “in loco” ao encontro entre o campeão nacional Português e o terceiro classificado do último campeonato alemão.

O jogo começou com o Porto ao ataque, à procura de cedo se pôr em vantagem no marcador, para garantir os três pontos o mais rapidamente possível. Enquanto no relvado os jogadores encostavam os germânicos à sua grande área, nós na curva cantávamos bem alto e, em algumas ocasiões, arrastávamos todo o estádio atrás de nós. Neste jogo, os Super Dragões voltaram a utilizar o sistema de som para comandar o apoio vocal (sinal da progressiva normalização da relação claque-sad), mas este estava, porventura, alto demais, o que faz com que às vezes pareça que só o capo esteja a cantar, quando isso não corresponde à realidade. O sector GMU, muito preenchido, era um dos mais animados, com todo o pessoal a cantar e muitas bandeiras no ar.

O Porto continuava a massacrar a defensiva alemã e já “cheirava” a golo, quando Anderson ganha uma bola no meio campo e arranca pelo flanco esquerdo do ataque portista e serve o argentino Lisandro Lopez, que só teve de encostar para o primeiro golo da noite. Era a loucura no Dragão e o materializar dum domínio avassalador do conjunto azul e branco. O estádio estava eufórico (apesar da preocupação causada pela lesão de Anderson) e quase veio abaixo quando, já perto do intervalo, um defesa do Hamburgo nos oferece uma grande penalidade, após mão na bola dentro da grande área. Lucho Gonzalez, como é hábito, não perdoou e partimos para o intervalo com o resultado em 2-0.

A pausa no encontro foi aproveitada para combinarmos a transferta a Alvalade e vendermos mais uns cachecóis do grupo. O ambiente estava animado e nem a chuva nos tirava a boa disposição e a fé num resultado positivo.

A segunda parte começou e na curva cantava-se a bom nível, com o GMU sempre a tentar puxar pelo pessoal, mas com o Porto na frente do marcador e a disputar um bonito futebol, esperava-se mais dos ultras portistas. Uma noite destas, no estádio das Antas, teria tido um ambiente mais explosivo, mais louco, mais infernal. Pode ser apenas saudosismo, mas parece que falta alguma coisa às noites do Dragão…

Dentro das quatro linhas a primeira começou à imagem da primeira, com o FC Porto a continuar com o pé no acelerador, sem dar hipóteses aos alemães, que nem conseguiam respirar. Postiga, confirma o bom momento com mais um golo e Lisandro bisa na partida, selando a goleada. O Hamburgo ainda marca um golo de honra, mas já nada nos tira os três pontos, depois da melhor exibição da época. Os jogadores agradecem o nosso apoio e nós aplaudimos a sua excelente prestação.

Agora, com 4 pontos, continuamos com todas as esperanças de passarmos aos oitavos de final da prova, mas conscientes que não há mais espaço para falhas. É altura de dar o máximo, de deixar a pele em campo, de mostrar a nossa raça de campeões.

É altura de sermos Porto!

domingo, outubro 15, 2006

O regresso às vitórias











Depois de duas derrotas consecutivas (algo a que nós, portistas, não estamos nem queremos estar habituados), o Porto regressou ao Dragão para tentar o regresso às vitórias. O jogo, a contar para o campeonato nacional, foi contra o Marítimo e desta vez a um dia e num horário mais consentâneo com os hábitos dos adeptos de futebol. O GMU terá, provavelmente, beneficiado com isso, já que muitos elementos do grupo não faltaram, enquanto no estádio estavam presentes mais de 33 mil espectadores.

Mais uma vez o sector dos Super Dragões foi reduzido para metade, continuando o número de ultras dos SD a não ser o ideal devido à inexistência de bilhetes mais baratos. Felizmente o GMU não é muito afectado por este problema, já que quase todos nós possuímos lugar anual na curva sul do Dragão. Na sequência da redução do sector ultra e à imagem do que fizemos no Porto-Beira Mar, o GMU instalou-se atrás da baliza do lado sul e preparou-se para mais uma noite de tifo e apoio ao nosso Porto.

Com o FC Porto a atacar para o nosso lado, o apoio vocal começou em bom nível, mantendo-se sempre razoável durante toda a primeira parte, acompanhando o bom futebol da nossa equipa. É com naturalidade que aparece o golo portista, da autoria de Postiga, mas podiam ter surgido mais alguns, não fossem as muitas oportunidades desperdiçadas na primeira metade do encontro.

A segunda parte começou com o Marítimo a tentar reagir, mas depois de alguns “apertos” na defesa, surgem mais dois golos da equipa azul e branca. Primeiro de penalty, convertido por Lucho Gonzaléz e depois foi Hélder Postiga, que bisou no encontro. O resultado ficou assim fixado no 3-0 final, mas o resultado foi, sem dúvida, melhor do que a exibição. No entanto, o mais importante foi o regresso às vitórias, depois de um período menos positivo do nosso clube.

Agora vem aí o Hamburgo, num jogo decisivo para a nossa carreira na Liga dos Campeões. Por isso todos estão convocados para marcarem presença no estádio do Dragão, pelas 19:45h de Terça-Feira. Porque juntos somos mais fortes!

sexta-feira, outubro 13, 2006

Grupo Mentalidade Ultras ®

Finalmente cumprimos um sonho antigo, o de possuirmos cachecóis próprios. É com orgulho que mostramos o primeiro cachecol GMU aqui no nosso blog. Como o número é limitado e o preço reduzido, pedimos a todos os interessados que nos contactem o mais brevemente possível para todos andarmos com as cores do grupo ao pescoço.
Numa curva perto de ti!

domingo, outubro 08, 2006

Nova derrota


Foi numa Segunda-Feira muito chuvosa que o FC Porto se deslocou à cidade dos Arcebispos para defrontar o Braga, no regresso ao campeonato nacional depois da derrota em Londres.

A viagem até à capital minhota foi demorada e aborrecida, devido ao intenso trânsito que se faz sentir no fim de tarde dum dia de trabalho. Não nos cansamos de repetir que os jogos de futebol devem ser ao fim de semana à tarde, mas já se sabe que quem manda são as televisões. Os sócios e adeptos há muito que perderam voto na matéria…

Depois da viagem complicada chega o caos do estacionamento. Não se compreende como é que um estádio que foi um dos escolhidos para representar o país no Euro 2004 não apresenta as mínimas condições para o estacionamento das viaturas do público.

Já no interior do estádio e todos reunidos, conseguimos o lugar desejado para a nossa faixa e colocámo-nos atrás da mesma, num bom local para ver o jogo e para, principalmente, apoiar a equipa azul e branca.

Com a entrada das equipas para o relvado, ao mesmo tempo que levantamos os nossos estandartes e agitamos as nossas bandeiras, apercebemo-nos de mais uma invenção do nosso treinador, ao colocar novamente uma equipa muito defensiva. Assim, o jogo começa com o Braga a dominar claramente e a criar as melhores oportunidades para se colocar em vantagem no marcador. O sector visitante entrou no jogo a meio gás, talvez devido à confusão da entrada e à forte chuva que começou a cair. Só passados alguns minutos do início do jogo é que se começou a cantar a bom nível. É então, com naturalidade, que surge o primeiro golo dos bracarenses. Já não bastava a chuva, ainda tínhamos que levar com um balde água fria… Pouco depois, sem o merecer, o Porto empata com um golo de Postiga. O sector azul e branco vai à loucura e até ao intervalo proporciona à sua equipa um excelente apoio vocal.

A segunda parte começa, praticamente, com o segundo golo do Sporting de Braga, o que veio condicionar novamente o nosso apoio, apesar de aqui e ali termos estado a bom nível. Mas tínhamos obrigação de fazer melhor. Não podemos pedir aos jogadores que dêem o máximo em campo, não lhes podemos exigir que comam a relva, se nós na curva nos limitamos a ver o jogo, se não cantamos e tifamos durante 90 minutos. Temos de dar sempre o nosso melhor, seja qual for o resultado, o tempo ou o nosso número! Se assim for, podemos ficar de consciência tranquila, sabendo que nós fizemos a nossa parte e no fim do jogo podemos criticar, gritar e até insultar os jogadores, treinador e dirigentes se acharmos que eles não deram o seu máximo. Quem não for com este espírito, o melhor que tem a fazer é ficar em casa. Até vê melhor o jogo, não gasta dinheiro e não desanima quem quer realmente apoiar incondicionalmente o grande Porto.

Apesar de algumas oportunidades claras para empatarmos, o jogo termina com a nossa derrota, depois de mais uma má exibição da nossa equipa, o que veio pôr fim à nossa série de quatro vitórias no campeonato. De qualquer forma, continuamos a liderar a Liga, mas sem dúvida que há muito trabalho a ser feito, de modo a que a época nos corra de feição, de preferência com nova dobradinha e uma boa campanha europeia.

Depois de algum tempo à espera de permissão para abandonarmos o estádio, dirigimo-nos aos carros, para regressarmos ao Porto. Tudo normal, não fosse um dos automóveis que transportava o GMU ter ficado preso numa ruela e termos de esperar que os moradores resolvessem a situação. Pouco depois, todos partimos rapidamente de volta à cidade Invicta, pois o dia seguinte era dia de trabalho e de aulas.

See you next week!

Fotos by Pedro Blue e Megafone.

domingo, outubro 01, 2006

GMU in London


O dia começou cedo para os ultras do GMU que iam partir em direcção a Londres para acompanhar o nosso grande Porto em mais uma jornada europeia. Quase todos escolheram o metro para viajar até ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, mas a Catarina quis dormir mais um bocado e quase ficava em terra (mais uma vez). Apesar de alguns atrasos, todos conseguimos fazer o check in e embarcamos num avião da Ryan Air que nos havia de levar até terras de Sua Majestade. Segundos antes da partida, o Tiago deu conta de que se havia esquecido dos bilhetes para o jogo, que tinham custado uns módicos 48 euros! Foi, sem dúvida, uma descolagem diferente e, violando as normas de segurança aérea, tivemos de fazer umas chamadas para garantir novos bilhetes. O resto da viagem foi calma, exceptuando alguns ataques de pânico da Pat devido ao medo de voar, mesmo sendo o avião, o meio de transporte mais seguro do mundo.

Duas horas depois de partirmos do Porto, aterrámos no aeroporto de Stansted, nos arredores de Londres. Aí, de autocarro ou comboio, todos os caminhos iam dar à capital inglesa. Chegados a Londres, foi tempo de almoçar, para depois aproveitar a tarde para conhecer a cidade. De Liverpool Street, passando pelo palácio da bolsa, por Trafalguar Square e acabando em Piccadilly Circus, o estandarte do GMU marcou presença em muitos locais famosos de Londres, durante uma tarde cansativa, mas animada e enriquecedora. Depois do nosso passeio turístico, apanhamos o metro em Piccadilly Circus em direcção a Arsenal.

Já nos arredores do estádio fomos dar uma volta e conhecer o novo recinto do clube londrino, procurar uma bandeira para o Johnny e visitar a loja oficial dos “Gunners”. A hora do jogo aproximava-se e já com os nossos “segundos” bilhetes na mão, entramos no Emirates Stadium e logo percebemos que nos encontrávamos numa cópia do estádio da luz. Inexplicável e ditatorialmente, os stewards do Arsenal não permitiram a entrada da nossa faixa, dizendo apenas que era muito grande e não cedendo aos nossos inúmeros argumentos e reclamações. Resignados, lá ocupámos os nossos lugares na bancada e vamos esperando o início do jogo ao mesmo tempo que o estádio vai enchendo.

As equipas entram no relvado e percebemos que o nosso treinador resolveu inventar, colocando o Ricardo Costa na esquerda da defesa e colocando o eslovaco Cech no meio campo, tendo deixado no banco o Raul Meireles. Estas mudanças não auguravam nada de bom e, de facto, o Arsenal pega no jogo logo de início, sufocando a defesa portista, que se vê incapaz de parar o “extraterreste” Henry e o rapidíssimo Van Persie. Nós, na curva, bem tentamos empurrar a equipa para a frente, cantando como podíamos, face à esmagadora inferioridade numérica nas bancadas, mas os jogadores pareciam intimidados e encolhidos. Talvez alguém os devesse lembrar (e especialmente ao treinador) que envergavam a camisola do FC Porto, clube já duas vezes campeão europeu, titulo que o Arsenal nunca conquistou. O golo inglês surge naturalmente, mas o Porto não reage, continua a sofrer perigosas investidas da equipa de Wenger. No sector visitante começam os problemas com a polícia inglesa, que teima em insistir que nos sentemos e que ocupemos os lugares que estão marcados nos nossos bilhetes. Já com as coisas mais calmas, chega o intervalo. No Emirates Stadium, podemos ver, ao intervalo e no fim do jogo, todos os golos da jornada europeia e foi isso que fizemos durante os quinze minutos de pausa, para nos esquecermos do que se passava no nosso próprio jogo.

A segunda parte começa igual à primeira, com mais um golo do Arsenal. Foi o desmoronar da pouca esperança que ainda tínhamos num resultado positivo. Apesar dos nossos esforços em apoiar a equipa, nada havia a fazer para virar o marcador a nosso favor. Uma péssima exibição culminava com uma derrota que nos deixa em maus lençóis para o resto da competição. Agora, precisamos de, no mínimo, conseguir 4 pontos nos dois próximos jogos contra o Hamburgo. Ainda assim, os jogadores agradecem o nosso apoio e nós abandonamos o estádio cabisbaixos e desiludidos com o resultado, mas especialmente com a postura da equipa.

Enquanto alguns regressaram logo após o jogo ao aeroporto, outros aproveitaram para ir jantar a um restaurante de kebab nas imediações do estádio, enquanto faziam horas para regressar ao aeroporto, pois o voo de regresso a Portugal era apenas às 6:30 da manhã.

Depois de algumas aventuras e de mais uma viagem, todos os GMU’s estavam novamente reunidos em Stansted, onde nos esperavam mais umas horas de espera até à partida. Alguns de nós já conhecem todos os cantos daquele aeroporto, pois já várias vezes passamos lá tardes e noites inteiras à espera de voos. E, mais uma vez, cumpriu-se a tradição, já muito comentada nos ultras portistas, do Porto perder sempre que viajamos pela Ryan Air. Foi assim em Londres contra o Chelsea, em Milão frente ao Inter, em Glasgow, em Bratislava (empate, mas que valeu como uma derrota) e agora em Londres contra o Arsenal.

Muitas horas de espera depois, lá embarcámos no avião que nos traria de volta à Invicta. Como já não nos chegasse o tempo de espera na gare do aeroporto, ainda estivemos retidos na pista à espera para levantar voo, o que levou a um atraso de quase uma hora. Finalmente, o avião lá descola e nós, extenuados, cedemos ao sono.

Quando aterramos já são quase dez da manha e fazemos a última viagem do dia, novamente de metro, até casa. Houve quem fosse dormir, mas também quem fosse para as aulas. Assim, quase 28 horas depois de acordarmos, estávamos de volta. Tristes pela derrota, mas contentes por termos mais histórias para contar, por termos estado presentes em mais um jogo do nosso amor e por podermos dizer que nós estivemos lá, nós fizemos a nossa parte.

E foi assim mais uma transferta do Grupo Mentalidade Ultras ao estrangeiro. Queremos, ainda este ano, marcar presença em muitas cidades por essa Europa fora, em especial em Atenas, palco da final da Liga dos Campeões desta época. Porque o sonho comanda a vida e a esperança é a última a morrer…